Cortar esse nutriente do cardápio pode causar danos ao organismo.
Excluir o carboidrato da alimentação é uma das principais medidas de quem deseja emagrecer. Ultimamente, a moda das dietas que o elimina vem ganhando mais adeptos por seus resultados instantâneos, e o que para alguns pode parecer inofensivo, é, na verdade, uma estratégia que acarreta uma série de problemas, contribuindo para uma nutrição inadequada e desencorajando hábitos de vida saudáveis, podendo causar danos à saúde.
Os regimes restritivos são perigosos porque cortam – seja parcialmente ou totalmente – nutrientes fundamentais, como as vitaminas, os aminoácidos e os minerais, e, com isso, podem ocorrer futuras deficiências nutricionais no organismo. Uma refeição é considerada saudável quando engloba diferentes grupos alimentares: carboidratos, proteínas, gorduras, minerais, vitaminas e fibras. Além disso, deve ser equilibrada em quantidade e qualidade. Segundo orientações do Guia alimentar para a população brasileira, a alimentação ideal compreende variedade, equilíbrio, moderação e prazer.
O carboidrato tem como principal função fornecer energia para o corpo. Encontrado comumente em massas, pães e cereais, é essencial para os músculos, e, quando consumido em quantidade adequada, ele não causa o aumento da gordura corporal. Sua exclusão do cardápio é imprópria porque o tipo de emagrecimento provocado não é sadio, uma vez que o corpo passa a usar a massa magra como fonte de energia. E os prejuízos na saúde são ainda maiores para quem pratica atividades físicas.
As dietas que limitam a ingestão do carboidrato e prometem emagrecimento de forma rápida e sem sacrifícios são complicadas de serem mantidas em longo prazo porque, geralmente, fogem do costume alimentar das pessoas, observa Simone Costa Guadagnin, analista de políticas sociais da Coordenação de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde. Pesquisas revelaram que 75% das pessoas praticantes da dieta Dunkan, focada em proteínas e com baixo teor de carboidratos, voltam ao peso anterior. De acordo com Simone, há um entusiasmo inicial pelos resultados rápidos desses regimes, mas depois as chances de recuperar o peso perdido são grandes.
O consumo elevado de proteínas, comum nas dietas em voga, ainda sobrecarrega os rins e provoca outros efeitos nocivos, como desidratação e desmaios. De acordo com a Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante, o excesso de proteínas acarreta no aumento do risco de doenças cardiovasculares, cálculos renais, problemas no fígado e até aumento de peso. Regimes restritivos também podem levar à cetoacidose, caracterizada por hiperglicemia, vômitos, dificuldade respiratória, entre outros sintomas.
As consequências para a saúde não são apenas físicas. Excluir o carboidrato da alimentação pode trazer alterações de humor, sono e raciocínio. Isso acontece porque esse nutriente interfere na produção de serotonina, neurotransmissor responsável por influenciar a sensação de bem-estar, a capacidade de entendimento e o humor de um indivíduo.
O recomendado é nunca adotar práticas radicais de emagrecimento que prometem milagres, às vezes sem base científica. Cada nutriente da pirâmide alimentar é necessário para o bom funcionamento do organismo, e o carboidrato não é vilão, mas um aliado da saúde. Para não pôr em risco a segurança nutricional, aconselha-se sempre buscar acompanhamento clínico para as análises individuais, de acordo com a necessidade de cada pessoa.
Fontes: Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante, jornal Correio do Cidadão e portal Saúde Brasil.
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